"Não é o Partido que vai nos salvar da globalização"
O tom ácido a certas visões conservadoras da esquerda, principalmente àquelas que demarcam o protagonismo do partido como vanguarda, faz Negri apelar ao nosso realismo:
"Não há mais como construir o Partido. Não é o partido que move o mundo. Olhe o caso do Movimento de Seattle, que mobilizou múltiplos sujeitos contra essa ordem única. É necessário substituir os princípios leninistas por princípios democráticos. Na Itália, fizemos isto na década de 70, redefinindo e modificando o que era ser operário, trabalhador. E operário não era ser trabalhador fordista. Fizemos isto atravessando, reencontrando os corpos, para além da ideologia, vendo como os trabalhadores criavam, se reuniam, viviam, cooperavam e se expressavam. O movimento impôs uma mudança. Mudamos então o que era a classe operária. Não era mais a classe operária fordista. Mudamos com isso o poder capitalista, que teve que se transformar. Portanto, o mundo multilateral pode ser consolidado se na Europa e na América Latina essa forma de ser esquerda se afirmar", discursa.
Aplausos, aplausos, aplausos. A platéia reage. É a primeira afecção.
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