segunda-feira, outubro 31

Complexo de Harry Porter

Na última edição do Caderno Mais, da Folha, há uma crítica confusa do sociólogo alemão Robert Kurtz sobre o livro Multidão, do Negri e Hardt. O título da resenha é Complexo de Harry Porter. Não entendi muito bem, mas há uma passagem que gostei. Trata-se de quando Kurz mostra que o trabalho hoje é material e o produto dele imaterial. Gostei porque esclareceu que não há separação entre essas duas esferas. O que ele esqueceu é que o trabalho imaterial é produto de uma recomposição do manual com o intelectual. Por exemplo, este post é produto da minha força-cérebro, que produz essa linguagem na forma de mensagem colocada em suporte digital, contudo, tive que realizar um trabalho manual, ao digitar todas essas frases. Logo, o trabalho imaterial recombina o manual e o intelectual, não os separa como na época fordista, em que uns produziam manualmente e outros tinha a função de comando.

Em primeiro lugar, nenhum trabalho é "imaterial", tampouco o trabalho nos setores da informação e do "conhecimento"; sempre se trata da combustão de energia humana. Imaterial é a maior parte dos produtos desse trabalho, mas justamente por isso esses setores não podem sustentar a reprodução social, cuja base permanece sendo o "processo de metabolismo com a natureza" (Marx) e, portanto, é material. (Robert KURZ)

1 Comments:

At 3:33 PM, Blogger Unknown said...

Oi professor!
Gostei muito do seu blog. Visitarei com frequência. Sou capixaba, mestrando em "Informação e Jornalismo" na Universidade do Minho, em Portugal. Trabalho com a Daniela Bertocchi, do Intermezzo, e com o professor Manuel Pinto do Jornalismo e Comunicação. Tb tenho um blog, coletivo, feito por profissionais do ES. www.pontodeanalises.blogspot.com
Aguardo sua visita.
Abraço,
Sergio Denicoli

 

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