terça-feira, dezembro 6

Celular dispersa aluno

Li uma matéria curtinha sobre uma pesquisa que aponta que os alunos se dispersam, em sala de aula, por conta do celular. Uma boa pauta para o jornalismo. O estudo mostra que a dispersão está associada com as mensagens SMS.

Realmente celular é uma praga em sala de aula. Falo como professor e como estudante (de doutorado). Nas aulas da pós era um inferno ouvir os barulhinhos dos toques. E as pessoas: — ou, filho, ahran, sei, tô na aula, tá, tá, tá... depois eu vou, depois eu ligo, tá, ciao, tá, ciao... Um saco. E sempre há os mais carentes que sempre deixam o celular ligado para receber atenção de toda turma quando o aparelhinho toca. Há o esquecidinho. Há o tímido. E adispersão rola solta mesmo...

Mas deixando a brincadeira de lado, o celular em sala de aula pode ter um duplo sintoma: liberação ou aprofundamento do controle. Pelo lado libertário, é um bom subterfúgio para escapar da lógica disciplinar da sala de aula, marcada pela lógica da "presença". Indica ao professor que a aula precisa ser mais interativa e inventiva. Por um outro lado, o celular pode estar servindo como um instrumento de ampliação da vigilância, à medida que serve para que o sujeito seja prisioneiro da lógica social: — Oi, vc está onde?, pergunta fulano. Resposta do sicrano: "Estou no celular". Ai ai, o tempo virou espaço. E o aluno é vigiado não só pelo professor, mas tb pela família, pelo chefe, pela(a) namorado(a) etcetera, que enche a sua paciência com as chamadas constantes.

Enfim, de qq forma é uma questão em aberto.